O Caçador de Pipas
Autor: Khaled Hosseini 
Páginas: 347
Gênero: Drama
Editora: Globo Livros
Nota: 4,5/5
O romance narra a tocante história da amizade entre Amir e Hassan, dois meninos que vivem no Afeganistão da década de 1970. Durante um campeonato de pipas, Amir perde a chance de defender Hassan, num episódio que marca a vida dos dois amigos para sempre. Vinte anos mais tarde, quando Amir está estabelecido nos Estados Unidos, após ter abandonado um Afeganistão tomado pelos soviéticos, ele retorna a seu país de origem e é obrigado a acertar as contas com o passado.


Voltamos ao drama de não saber como começar um resenha. Deixa eu usar de poucas palavras:

"- É uma história triste.
- Histórias tristes dão bons livros."

*Muito bom isso de usar um quote do livro pra descrevê-lo. (YEAH)*


 Eu divido o livro em três partes. A primeira sobre a infância de Amir, a mais tocante. A segunda que nada mais é do que os acontecimentos importantes entre a infância e a fase adulta, a mais "leve". E a terceira que é o momento em que o passado vem assombrar o Amir, por sua vez a mais tensa e tristinha. Algo que na minha opinião a sinopse mente, o Amir não é obrigado a acertar as contas, ele decide acertar as contas com seu passado.

Eu adoro quando os livros saem do que estou acostumada, me apresentam a novas culturas (reais ou não), possibilitam a quebra de esteriótipos que posso ter sobre ela ou seu povo. Com personagens bem construídos. Gosto de narrativas que voltam no passado, com frases impactantes (muitas vezes uma coisa leva a outra). Gosto de histórias que me tocam. O caçador de pipas atendeu a tudo isso. 

Mas nem tudo são flores. Vida, né?!  

"Abri a boca e quase disse algo. Quase. O resto da minha vida poderia ter sido diferente se eu tivesse dito alguma coisa naquela hora. Mas, não disse. Só fiquei olhando. Paralisado."

Amir, o protagonista, é... difícil. Ele sabe ser mal, egoísta e mais uns adjetivos aí nem um pouco agradáveis em sua infância, temos os seus motivos e bem, todo mundo comete erros, mas olha... Já Hassan (jan) é oposto disso. É um dos personagens que sempre vão estar guardados no meu coração. Ele é tão puro, leal e nobre. Acho que nunca houve maldade nele. O melhor caçador de pipas que toda a Cabul já viu. E ele vai te fazer chorar (tô com os olhos embaçados aqui. reflitam).

A boa notícia é que o Amir, cresce, e a história é principalmente sobe ele acertar suas contas com o passado e se livrar da culpa, que ainda vive com ele 26 anos depois do inverno de 1975. 

"Só exite um pecado, um só. É roubar. Quando você mata um homem, está roubando sua vida. Está roubando da esposa o direito de ter um marido, roubando um pai dos filhos. Quando você mente, está roubando de alguém o direito de saber a verdade. Quando trapaceia, está roubando o direito à justiça."

Khaled deixou de problematizar certas coisas que  me incomodaram e sim, sei que a história não era sobre isso, mas pra mim não muda. Não posso falar mais pois: spoiler, então sigamos para outro ponto: O livro é feito de homens (ok, isso não me incomodou tanto assim, mas é um aspecto a se considerar). Sério, só uma personagem mulher ganha umas fala a mais, mas pelo menos ela vem para enriquecer e criticar aspectos da cultura dela, mas que estão presentes em todas que consigo me lembrar. O Amir também têm consciência dos privilégios que ele teve apenas por nascer com determinado gênero e deixa o leitor pensar sobre isso. (yeah)

Há um quê de destino poético no livro, caso isso importe para alguém. Eu esperava que ele tomasse rumos diferentes, então ele não chegou a satisfazer expectativas que criei sem nem me dar conta. Mas ainda foi um livro importante. Já disse sobre a obra me apresentar a uma nova cultura, além disso ele deu uma cara ao Afeganistão pra mim. Muito diferente da imagem que a gente cria que tudo é guerra o tempo todo.

"E é isso que acontecem com as pessoas que dizem o que pensam: elas acham que todo mundo faz o mesmo."

A evolução dos personagens ao decorrer da história é ótima e a narração fluída e envolvente. Bem, é uma história profunda, com boas criticas que vão muito além do tema principal. E provavelmente eu esqueci de falar de algum ponto interessante. Para uma aspirante a escritora, like me, a forma como o livro é construído é digna de nota e admiração. 

Sobre a nota: Não dei cinco porque apesar de todos os pontos bons, teve aspectos (além dos que mencionei) que me deixaram insatisfeita. Alguns de forma racional, outros não.


"-É melhor esquecer tudo. Fica mais fácil.
-O que fica mais fácil?
-Seguir em frente."

0 comentários:

Postar um comentário